segunda-feira, 14 de abril de 2014

Pensar pega


Me peguei pensando no fato de eu só lembrar de alguns flashes, de alguns momentos, com algumas pessoas. Me peguei pensando no presente, na minha vontade de, no futuro, guardar todos os momentos de cabo a rabo, com uma pessoa. Dessa pessoa não quero flashes, quero um álbum de fotografias completo. Dessa pessoa não me basta um pedacinho, quero cada pedacinho. Quero cada sorriso, cada sessão de braveza, cada olhar determinado. Quero arroto por arroto e beijo por beijo. 

Quero ter a oportunidade de me pegar pensando nele e de, numa segunda feira de manhã, não ter motivos pra pensar em nada. Pelo simples fato de ele estar logo ali, enquanto eu estou logo aqui, sentada na beira da cama, pronta pra sair, mas entregue aos cinco minutos que me dispus a perder olhando só mais um pouquinho pra ele. Cinco minutos que reforçam tudo o que eu acredito. Que reforçam minha crença no amor, na verdade e na beleza. Os cinco minutos que me mostram que acertei em muitas de minhas escolhas e decisões. São os mesmos cinco minutos que me ajudarão a realizar escolhas e decisões futuras. Em um futuro próximo e, quem sabe, em um futuro distante também.

Me pego pensando no quanto ele é importante pra mim. No quanto ele é importante pra ele. Me pego relembrando momentos numa tentativa de deixá-los bem guardados. Me pego, sempre,  querendo tudo de novo. Me pego numa armadilha que, desde o primeiro contato, ele armou pra mim, sem perceber. Numa armadilha formada por quase 365 itens diferentes. Formada pela falta de palavras, pela confusão de atitudes, pela surpresa da certeza ou do acerto. Uma armadilha formada por um bloco de post it, por alguns emails, por três ou quatro CDs não gravados, por papel e caneta colorida, por um livro de história em quadrinhos, por uma caveira desmontável, por algumas embalagens de sabonete líquido, por um hot dog diferente, por um conjunto de roupas embrulhado, por duas miniaturas esquisitas de girafas (uma azul, outra rosa), por uma flor que não sobreviveu a falta de água, por caixas de mudança, por cervejas fotografadas e por uma tequila amigável.

Uma armadilha cada dia mais forte, receptiva, magnética.

Me peguei pensando nas últimas sessenta horas.
Agora me pego pensando nas outras sabe-se-lá-quantas que gostaria que viessem.

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