quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Ser feliz sozinha é muito fácil

Eu acho fácil demais ser feliz sozinha.

Pra mim difícil, difícil mesmo, é ser totalmente feliz ao lado de outra pessoa.

Sozinha você vive num mundo de escolhas feitas só por você e para você. Sozinha, você não precisa pensar demais em nada, nem em ninguém. E egoísmo é apenas a definição da sua única saída, da sua única solução. Sozinha, você tem apenas suas duas pernas, sua cabeça e seu coração. Você tem só a sua vida em suas mãos.

Quando alguém te acompanha, você adquire novas pernas, outros olhos e mais um coração, que depende de você para continuar batendo. Ignorar a aquisição desses novos membros é o famoso e real egoísmo. Tê-los, aceitá-los e sorrir, não apesar deles, mas por causa deles, é ser feliz. É ter a certeza de que eles te acrescentam e te completam. As pernas tem mantém de pé e podem te ajudar a caminhar mais depressa; os olhos te fazem ver sob outro ângulo; seus pensamentos são acrescidos de valor pelo novo cérebro e fica por conta do segundo coração a aceleração de seus batimentos cardíacos.

Eu acho fácil demais ser feliz sozinha. Difícil, difícil mesmo, é ser feliz ao lado de outra pessoa. E eu sou apaixonada pelo difícil..

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

'Superficiale'


Superficial. Adjetivo, do latim superficiale, que existe apenas à superfície, desprovido de profundeza. 

É tudo tão superficial. São todos tão superficiais. Mal sabe o mundo de hoje que, nas profundezas, de atitudes, pensamentos e sentimentos, é possível encontrar as melhores soluções, os melhores resultados e aprendizados inigualáveis.

Por que será que a superficialidade é tão valorizada a ponto de ser aprendida, enquanto deveria ser repreendida?

Não podemos evitar que existam coisas e pessoas assim, apenas à superfície. Do mesmo modo, não podemos permitir que façam parte desse bando pessoas que não pertencem à ele. 

Assim como você, eu também acreditava que alguém superficial nasceu assim, bizarro, e vai morrer assim, bizarro. Descobri, porém, que algumas pessoas, por não saberem lidar com a profundidade, preferem tentar ser superficiais (e que esforço elas fazem pra isso!). Não conseguem.

Não conseguem por que, o que essas pessoas não sabem, é que ainda existem outras pessoas, componentes da minoria não superficial, capazes de enxergar, antes das caras, os corações; capazes de enxergar a verdade dos que fogem das maravilhas da profundidade e capazes, também, tentar fazê-los conhecer essa verdade e, mais do que isso, acreditar nela.


domingo, 22 de dezembro de 2013

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É incrível: quando o tempo esfria entre nós, nuvens cinzas aparecem no céu  e um vento insuportável me arrepia, me faz querer entrar nas cobertas e não sair mais de lá. 

É incrível a minha capacidade idiota de me sentir mal quando você está mal, de ter medo quando você está com medo, de sentir dor quanto te dói alguma coisa.. Fico me perguntando se isso vai durar tanto quanto a minha paciência para lidar com tal complexidade.

Nunca desejei tanto uma mão no meu cabelo ou cinco minutos a mais de filme. Nunca quis tanto que o final de ano não chegasse (por que, com ele, pode ser que chegue a saudade). Nunca quis tanto fazer tanto bem a alguém. 
Querer te fazer bem. Taí. Pode ser que esse seja meu pecado, meu defeito. Pode ser.. 

No nosso livro, não sei se a história é faz de conta ou é faz acontecer.
Nosso livro faz estilo Saramago: não tem vírgulas, pontos e vírgulas, reticências.. Pode ser que ele não tenha – surpreenda-se! – ponto final.
Pode ser.. 

Pode ser que, no nosso livro, a história seja contada de trás pra frente.

"Minha vida é uma boa vida de qualquer jeito. O que eu tenho basta. Mas quando você está sozinho, você vive num mundo de escolhas suas e eu escolho você. Então, estou deixando em suas mãos se aproximar." | In Your Hands, Jason Mraz.

domingo, 10 de novembro de 2013

Que cores?


Sinto falta das cores.

Mas não das cores de qualquer quadro pendurado na parede e nem daquelas que enchem minha caixa de esmaltes. 

Sinto falta das tuas cores.

Apesar de às vezes elas aparecerem só em tons pastéis, são elas que têm colorido os meus dias e preenchido meu sorriso. 

Sinto falta daquelas cores que te fazem quem você é e que são feitas por você, e só por você.

Meus finais de semana, ou de noites, são extremamente melhores quando coloridos pelo seu pincel, com as cores da sua paleta. Gostaria de fazer parte das tuas cores, além de vê-las; de ser componente dessa paleta e de multiplicar os tons que existem nela.

Gostaria de ser uma das tuas cores... Talvez a tua preferida... Quem sabe um dia. Juntos formaríamos um belo arco íris e essa é uma das minhas maiores certezas hoje em dia, é minha certeza mais colorida.



'I see your true colors shining trough. 
Your true colors, that is why I love you. 
So don't be afraid to let them show. 
Your true colors are beautiful like a rainbow.'


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Morro de medo.

Morro de medo de barata.
Morro de medo de morrer.
Morro de medo de sentir medo.. E como dói sentir que tô morrendo de medo.

Acho que o maior, entre todos os meus maiores medos - medos de alguém que ainda não cresceu o suficiente e que nunca se sentirá suficientemente crescida - é o medo de perder. Perder momentos, perder sorrisos, perder pessoas que são essenciais... Meu medo de perder aquilo que só me faz bem às vezes faz com que eu seja a pessoa mais exagerada do mundo... Meu medo de perder, às vezes me obriga a ter que pedir desculpas depois de fazer alguma cagada... Aliás, tenho medo também de não ter minhas desculpas aceitas.

Tenho medo de não ser boa o suficiente, de não ser mulher o suficiente, de não ser profissional o suficiente. 

Tenho medo de não ser única, mas ao mesmo tempo tenho medo de ser diferente demais. 

Tenho medo de não beijar tanto quanto poderia a bochecha do meu irmão mais novo, de não dar orgulho suficiente pros meus pais, de não conseguir mostrar o quanto sou capaz de fazer alguém feliz.


Tenho medo de persistir, mas tenho medo de desistir.
Morro de medo de querer demais, mas tenho medo de não demonstrar o quanto quero. Morro de medo de chorar, mas ter medo me faz chorar. Morro de medo de não conseguir, de não conseguir exatamente por sentir medo. 

Mas ainda, acima de todos esses medos, tenho medo de perder. De perder o que permite que eu me encontre... Tenho medo de perder pra vida, de perder pra outra pessoa, ou simplesmente de perder, de perder pro medo.

'Build your heart and army to defend your innocence while you do everything wrong.'

sábado, 19 de outubro de 2013

A benção, poeta!


(...) Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo, além, presente na saudade
Amo-te, emfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante 
| Soneto do Amor Total - Vinicius de Moraes |

Sempre gostei de Vinicius de Moraes, muito por ter conhecido sua parceria com Toquinho quando ainda era criança. Sempre soube da sua imensidão como poeta e tão admirada, leio, com a alma, cada frase que, como um presente, ele colocou em pedaços de papel e, agora, chovem aos montes nas páginas do Google.

Um poeta é poeta quando participa de cada momento de nossas vidas e consegue dar sentidos à esses momentos tão diferentes. Meu momento, de habilidade para misturar amor e razão, está expresso em cada entrelinha de Vinicius. 


E como começar a citar o poetinha vagabundo, que participa tanto de minhas filosofias de vida e influencia minha forma de amar? Antes agradeço: ao poeta e a seus parceiros que, juntos, foram responsáveis por erguer o que considero a indestrutível parede da música brasileira. Aquela que passa por todas as gerações sem ser esquecida e pode ser ouvida inúmeras vezes sem enjoar...

Há alguns dias tive quase uma hora de bate papo com Toquinho sobre o tão falado Vinicius de Moraes. E não é que, nem apertamos o play da câmera, "Toco", como o poeta costumava chamá-lo, já tinha o violão na mão e dedilhava "eu sei que vou te amar"? Com serenidade, falamos sobre a arte do encontro (afinal, amigo, a vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida) ... Com carinho, falamos sobre viver a poesia e não apenas ser poeta e sobre o surgimento de "Tarde em Itapõa", do "Samba da Benção", do "Samba Pra Vinicius"... E quando comentei ter me emocionado, ouvi Toquinho dizer: "eu também me emocionei um pouquinho."... 

Ah, Vinicius...

Vinicius não deixou apenas palavrinhas que, acrescidas de sentido e inseridas no roteiro da minha vida, se tornam deliciosos palavrões. 

Ele me deu a oportunidade de ouvir sua história ser contada por seu parceiro de tantos anos e, mais do que isso, me deu a oportunidade de homenageá-lo em texto e vídeo

Como se não bastasse, Vinicius me ajudou a traduzir sensações que, quando colocadas em palavras por mim, não parecem ser tão válidas e significativas quanto quando inseridas em um soneto de sua autoria.


De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure

| Soneto de Fidelidade - Vinicius de Moraes |











domingo, 13 de outubro de 2013

A vida é uma só

"Vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir."


Eu levo da vida a vida que eu levo. E ela é uma só.

Quando penso em "nos permitir", penso em coisas boas, em uma liberdade gostosa. Penso em energia positiva e amor.

Você, que acha que beber até cair é se permitir, que pegar quarenta e cinco caras na balada é viver, tá enganado. O que você vai levar, até o fim, são as pessoas especiais que aparecem na sua frente como mágica e passam a fazer parte do coração. 

O que você vai levar, até o fim, são os momentos ao lado de pessoas como essas; as risadas, as discussões, as conversas mais sérias, os conselhos e as críticas. 

O que você vai levar, até o fim, é o que tá guardado no coração e arquivado na memória. São aqueles segundos que, quando lembrados, te fazem sorrir. São aquelas fotos que, quando vistas, te fazem querer viver tudo de novo.

Entre uma ressaca danada e uma sessão de cócegas no pé, pode ter certeza de que, o arquivo da vida, guardará aquela sensação de estar com os pés presos nas mãos de uma pessoa e aquela raiva ao perder o ar de tanto rir com as cócegas ...

Entre conhecer muitas pessoas diferentes (e nem ao menos decorar seus nomes) ou aproveitar instantes diferentes com a mesma pessoa, o arquivo da vida escolherá a opção número dois quando precisar te ajudar a recuperar todas as energias necessárias depois de um dia mais difícil ... 

O arquivo da vida é a vida que a gente leva, é o bom proveito daquilo que é bom de verdade. O arquivo da vida não tem várias pastas, como o nosso arquivo do computador, só as necessárias. E num cantinho especial desse arquivo está o bom de verdade, o bom que vai além do supérfluo, o ótimo. É essa pasta, a pasta do ótimo, que você vai carregar em uma das mãos quando for a sua vez de levar da vida a vida que você levou.

domingo, 29 de setembro de 2013

Quero mais, quero a paz

"Calma, tudo está em calma. 
Deixe que o beijo dure, deixe que o tempo cure. 
Deixe que a alma tenha a mesma idade que a idade do céu."

Mil coisas anotadas em post-its, em notas no celular, na palma da mão e até na nota fiscal da farmácia que estava jogada na bolsa... Momentos para registrar, sensações para relembrar... Mas não quero escrever sobre nada disso agora... Me parece até que algumas dessas coisas são tão boas que está difícil encontrar sinônimos descentes e colocá-las no papel.

Só tem uma coisa sobre a qual eu quero escrever hoje; na qual eu quero pensar... Uma coisa que eu quero ter: calma. Mas não aquela calma que te faz respirar fundo e contar até cinquenta. 

Calma na alma.

Aquela calma que é sábia, que te permite esperar a chegada dos momentos sem precisar procurá-los desesperadamente como se fossem tesouros enterrados.

Aquela calma que te faz aceitar, com os braços abertos e com o maior sorriso do mundo, tudo o que você tem nesse exato momento (aqui e agora); que não te faz pedir por mais, mas que insiste para que você eternize o presente.

Só tem essa calma quem quer. E ela não chega de uma hora pra outra; está sempre surpreendendo e se aperfeiçoando. 

É ela que te faz amar quem você é e o que está ao seu redor. É ela que te faz ter a certeza de que você gosta mesmo de quem consegue tirar de você o melhor que você consegue ser e que te faz ter a certeza de que você só tem, contigo, quem te enxerga de verdade.

É uma calma que traz paz.

Esperto é aquele que consegue descartar momentos ruins, superá-los e, por eles, tornar-se melhor do que antes. Esperto é quem, tornando-se melhor, fortalece essa calma, fortalece a alma.









domingo, 22 de setembro de 2013

Esperança Documentada

Por Giulia Simcsik, Amanda dos Anjos e Vanessa Ramos.

Não existe sensação melhor do que deitar a cabeça no travesseiro e agradecer, mesmo sem saber bem para quem, por determinadas pessoas que passam pela sua vida e que, quando passam, deixam no ar o cheirinho da vitória, da felicidade e da garra ... Deixam história.

A noite deste sábado valeu mais do que qualquer balada. 
Não foi passada sob um céu estrelado ou numa sala de cinema. 
Não foi bagunça, não foi curtição e também não foi romance.
A noite deste sábado foi uma somatória de horas que passaram sem que eu percebesse; que adicionaram um pouquinho mais ao meu caráter e que, sem sombra de dúvidas, me ajudaram a ver a vida de um modo melhor.

Na noite deste sábado, uma quantidade imensurável de vida e de luz invadiu a sala de estar de um apartamento. E eu estava lá pra ver! Inquieta, pra cima e pra baixo, vi um sorriso que faz qualquer um querer ser alguém melhor, ouvi uma história que faz qualquer um querer amar, conheci uma alma que faz qualquer um querer viver ... Essa soma de vida e de luz é composição essencial de uma menina, de uma mulher, uma mulher linda. Essa soma, antes de ser soma, foi muita subtração e divisão. Essa soma é resultado de uma batalha. E parte dessa batalha foi, na noite deste sábado, colocada em vídeo.

Sessenta e dois minutos depoimento, que virão a tornar-se vinte. Pouco tempo pra tanta história, mas tempo o suficiente para abrir muitos olhos.

A guerreira? Paula Duprat, atualmente com 18 anos, iniciou sua luta contra a leucemia aos 13. O resto da história? Só quando estiver tudo pronto. 
Muita gratidão ainda vai deitar no travesseiro comigo quando eu assistir novamente à gravação para editá-la, adicionando todos os outros detalhezinhos que ajudarão a retratar uma história incrível de esperança e de força de vontade. 

Nada me parece bom o suficiente para demonstrar a sensação de estar na presença de uma pessoa como a Paula, mas a tentativa de agradecê-la por contar sua história me parece válida. 

Parabéns por saber sorrir nos momentos mais difíceis, por ser mil vezes mais macho do que muito homem.
Parabéns por passar por cima de pedras tão grandes como se elas fossem pequenos grãozinhos de areia que, em após ultrapassar, você soprou pra bem longe.

Eu não consigo deixar de agradecer aos seus pais e à sua família por terem te criado dessa maneira. Não consigo deixar de agradecer ao Colégio São Luís e aos seus amigos (também aos 'amigos de hospital') pelo suporte, pela oportunidade que eles te deram de continuar lutando, pela possibilidade de se manter de pé, literalmente. Fica expressa minha admiração por todos aqueles que foram seus braços, suas pernas, seus cabelos e seu sorriso ao longo dessa batalha. 

E fica registrada, com todas as letras em destaque, minha admiração por você. Por tudo isso que você é. Não só por ter passado pelo que você passou, mas por ter passado por tudo isso com a cabeça erguida, com esse sorriso lindo no rosto, de peito aberto para receber todo o carinho que muita gente estava e está disposta a te oferecer. 

Fica registrado meu respeito e minha gratidão pela oportunidade que você me deu te ouvir uma história como essa.

Te peço encarecidamente, para que você não se esqueça da sua garra, da sua confiança, do seu otimismo. Nunca, independente do que aconteça, se esqueça do quanto é fundamental para você e para os outros te ver sorrir, te ouvir dizer sim, sempre. 

Não se esqueça que você tem fé na vida.



quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Tarefa do Leitor

Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que não come. 

| Victor Hugo |

Ontem mesmo fiz algum comentário sobre a delícia de se aproveitar matérias da faculdade que não fazem tanto sentido e, mais ainda, aproveitar o material apresentados ao longo da aplicação dessas matérias. 

E não é que fui, atrasada, ler um texto para filosofia e me encantei mais ainda (como se fosse possível) com o ato de ler, com o fato de ser uma leitora?

Como todo texto de filosofia, esse é mais um com muitos parágrafos desnecessários e intermináveis, mas, entre um bocejo e outro, encontrei coisa muito legal. O texto fala dos leitores e lhes atribui a tarefa de compreender os textos lidos. Talvez tenha encontrado citações interessantes por me ver descrita em muitas delas ... Explico.

Para o autor, um leitor 'abandona o caleidoscópio para seguir um único desenho, uma única linha que corre sob seus olhos, mas, que nós, mesmo perto deles, não vemos.' E não é que é verdade?

Para ele, também, leitura é, ao mesmo tempo, trabalho e lazer e a alternância entre os dois faz com que leitura seja procura. Eu, quando leio, procuro tanta coisa. O que você procura? Apenas uma distração? Resposta para algum problema? Cultura? 

Eu, quando leio, faço do meu mundo uma história; adéquo os lugares onde estou aos lugares narrados e chego até a sonhar com o 'livro da vez'. Eu, quando leio e sonho, consigo ser ladrão, ser pirata, ser princesa. Consigo ser mulher de fibra e mendigo de rua. Consigo chorar sem precisar secar as lágrimas, consigo amar sem precisar de ponto final.

Leia.




terça-feira, 17 de setembro de 2013

Jogo perdido


Dia mais frio, nuvens mais pesadas. E parece que só chove no meu céu
...

Devo estar entre uma porcentagem muito pequena de pessoas que são incapazes de transformar o coração de alguém num playground ou num jogo de tabuleiro. 

Devo estar, também, entre outra porcentagem, menor ainda, de pessoas que não conseguem colocar o orgulho em primeiro lugar. Até por que, existem sentimentos muito melhores.

No coração, hoje, existem cartas de sorte ou revés e dois peões. Eu sou o peão preto (sempre gostei de ser o preto) e o outro peão pertence ao meu oponente.

O jogo está em andamento. Dados rolando. Oponente otimista. Ele sabe jogar, quer jogar.

Pode ser que ele esteja na outra porcentagem de pessoas, na porcentagem daqueles que fazem da vida um jogo. E do jogo um orgulho.

O jogo está em andamento, mas eu já perdi.
Ganhar seria sorte de principiante.

Meu peão já era... 
Joguei os dados e eles somaram treze.







sábado, 14 de setembro de 2013

Aí...

Dedicação. Um filme ou qualquer outra coisa na TV, um livro, uma corridinha de manhã e até mesmo algumas aulas da faculdade que você acha inúteis... Dias mais quietos e segredos mais reservados... Fruta ao invés de chocolate, água ao invés de refrigerante... Por alguém.

Opções. Rock ao invés de samba, filme no sofá ao invés de cinema , futebol ao invés de novela e miojo ao invés de restaurante japonês. Com alguém.

Existem momentos que a dedicação e as opções parecem não significar nada. 

Aí, tudo o que é sobra é você mesma; sua consciência limpa e a certeza de que você pode continuar se dedicando e realizando opções e de que, se algo estivesse errado com você, você seria a primeira a notar e tentar concertar.

Aí, tudo o que você faz é pensar duas vezes. Só cabe à você decidir se você ainda quer se agarrar à felicidade gerada por toda sua dedicação e à satisfação consequente da realização de opções. Por alguém. Com alguém.

Aí, é só você. Só por você. Só com você.

E aí? Você é teimosa. Só pensa duas vezes quando é necessário.
Você é teimosa. Mira no certo, no bom. Só você com você. Por alguém. Por alguma razão.

 ❥

Então eu olho em sua direção e você não presta atenção em mim. Presta?

Eu sei que você não me escuta, por que você disse que vê através de mim. Não diz? 

Mas de agora em diante, do momento que eu acordo até o momento que eu durmo, estarei lá ao seu lado. Apenas tente me parar. Eu estarei esperando na fila, só para ver se você consegue. 

Você queria que eu mudasse? Pois é, eu mudei para melhor.

E eu queria que você soubesse que você sempre vai conseguir do seu jeito. 

Você não se arrepia?



Shiver | Coldplay

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Vou. Vôo.

Young Guns, Bones


É... Adoraria não sentir saudades, não me preocupar, não dar atenção. Adoraria.

Mas, como todo ser humano, sinto saudades (sim!), me preocupo (às vezes mais do que necessário) e gasto minha atenção com as coisas que julgo importantes. Apesar da minha incrível habilidade em sentir saudades, me preocupar e estar atenta, tenho feito justiça ao meu amadurecimento em todos os quesitos de minha vida e, mesmo sabendo que saudades, preocupação e atenção são, muitas vezes necessários, tenho deixado prevalecer sobre essas inquietações os sentimentos que considero bons. Melhor! Tenho conseguido entender minhas inquietações e resolvê-las. Ou, ao menos, fazer com que elas deixem de incomodar.

Quer um conselho? Se você consegue enxergar um amadurecimento, faça justiça à ele. Aproveite as portes que se abrem quando outras se fecham e, não apenas passe por elas, mas usufrua tudo o que elas podem oferecer.

Não.

Não vou deixar de sentir saudades, não vou deixar de dar atenção e, muito menos, vou deixar de me preocupar, mesmo com coisas supérfluas - acontece né? - Mas vou, sem dúvida, cada vez mais, administrar minha saudade e deixar para matá-la no momento certo; adequar minha atenção; aplicar foco às minhas preocupações. Vou entender que algumas coisas acabam quando chegam ao fim e que o fim é sempre um ótimo motivo para recomeçar, mudar e evoluir, mas não precisa ser, necessariamente, um término. Vou aceitar que as coisas seguem seu fluxo natural e que um dia começa quando outro termina. Vou aceitar que coisas boas acontecem com quem merece.

Ah, eu vou. Só vou. E assim, eu vôo.


--

Alheias e nossas as palavras voam. 
Bando de borboletas multicores, as palavras voam 
Bando azul de andorinhas, bando de gaivotas brancas, 
as palavras voam. 
Viam as palavras como águias imensas. 
Como escuros morcegos como negros abutres, as palavras voam.
Oh! alto e baixo em círculos e retas acima de nós, em redor de nós as 
palavras voam. 
E às vezes pousam.

Cecília Meireles, O Vôo

domingo, 8 de setembro de 2013

O isso

É isso!
E eu sei que é!
É isso! E ponto.

Como eu sei que é isso?

Eu sei que é isso por que quando entro na minha rua, um pouquinho antes de chegar ao prédio onde moro, tenho que passar por um semáforo. E toda vez que passo por esse semáforo, principalmente quando fico parada o esperando abrir, meu coração aperta e o bico aparece sem querer.

Eu sei que é isso por que já chego em casa querendo voltar; por que trocaria facilmente a primeira aula de amanhã por um café na bandeja; por que nunca consigo deixar o último tchau do dia ser, realmente, o último.

Eu sei que é isso por que o isso não chama a atenção, não se expõe.

O isso, o isso mesmo, é construído com o tempo, com pequenos gestos e palavras específicas.

Eu sei que é isso por que o isso deixa de ser isso e vai ganhando apelidos carinhosos; por que o isso arranca sorrisos (vários) e dá calma na alma; por que o isso muda e quando ele é isso mesmo, só muda pra melhor.

Eu sei que é isso por que o isso a gente sente.
Por que, quando é isso mesmo, dá pra ver até Vênus no céu.

Eu sei que é o meu isso. Talvez você ainda não saiba sobre o seu. Também sei que o isso pode ser, na verdade, aquilo ou aquele outro, mas estou feliz, afinal, por enquanto é isso.

sábado, 7 de setembro de 2013

07 de Setembro

Você não é daqueles que pega a máscara e vai pra rua? Também não é daqueles que acorda bem cedo para assistir ao desfile na avenida principal da sua cidade?

E o sete de setembro pra você, o que é?

É um destaque para o verde e para o amarelo ou uma cantarolada do Hino Nacional Brasileiro. É Independência ou morte. E pode até ser uma lista de músicas populares, ouvidas com atenção ao seus ritmos contagiantes e às suas letras muitas vezes interessantíssimas.

E pode até ser uma data que te ajude à relembrar o amor que você sente ao seu país, mesmo com todos os defeitos que ele tem. E deve ser uma data - como todas as outras do ano - na qual você se lembre de prezar a justiça e o bem estar das pessoas; na qual você se lembre de admirar e praticar o bem e na qual você despreze, com todas as suas forças, a violência e desigualdade.

Deve ser uma data - como todas as outras do ano - na qual você se lembre de fazer sua parte.



Chico Buarque, Roda Viva


sábado, 31 de agosto de 2013

Gente Grande

Os caras agora me olham de outro jeito.
Eu saio de casa cedo e só volto à noite.
Ganho meu salário.

Poxa. Legal.

Agora vai lá, gente grande.

Tira o all star do pé e compra alguns pares de sapato, o preto, o prata, o dourado, o neutro e algum mais coloridinho. 
Doa as calças que você usava e que nem eram adequadas ao formato do seu corpo e faz favor de comprar uma calça social, duas jeans mais chiques, outra que esteja na moda - pra usar aos finais de semana - , uma saia, um vestido e meia calça.
Esquece o rabo de cavalo e abre as portas da sua vida pro secador, pra chapinha, pra hidratação, pro óleo daquilo e pro creme daquele outro. Fique íntima da cera quente e da gilete e lembre-se de que elas te ajudarão a estar preparada para qualquer situação.
Jogue fora aquela calcinha rasgada e cheia de bichinhos, ou deixe pra usar pra dormir, e, por favor, compre duas ou três calcinhas novas e (pelo menos) um sutiã, de preferência adequado às calcinhas.

Sem querer, gente grande, você vai perceber que seus sapatos mais velhos estarão guardados no baú e as prateleiras terão espaço para as botinhas da moda e as sapatilhas do dia a dia. Vai perceber que terá uma caixa reservada para os seus esmaltes, seu alicate, sua acetona e suas dúzias de lixas de unha. Vai perceber tanta coisa boa.

Sem querer, gente grande, você vai perceber que cresceu.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Até quando?

A moça que trabalhava lá em casa costumava assistir ao noticiário e me dizer que o mundo estava acabando. Alguns amigos comentam uma possível mudança de ciclo e a necessidade do fim do mundo. Nunca quis acreditar. Torci muito para que 2012 terminasse como todos os outros anos. 

Na realidade, para mim, o fim do mundo seria ocasionado por uma explosão terrível ou por uma guerra generalizada. Mas, sério, paremos para pensar em tudo o que está acontecendo hoje em dia. Será que não é, mesmo, o fim do mundo? 

Fico me perguntando até quando vou ter esperanças e acreditar que ainda existem pessoas boas no mundo, que podem mudar todas as tragédias já anunciadas. Fico me prendendo ao fato de conhecer muita gente incrível e acreditar no poder de transformação delas. Isso é o que me segura. Isso e aquilo que mamãe sempre ensinou: "a esperança é a última que morre.", ou então, "sem amor não somos nada"

Me prendo à difícil missão do aconteça o que acontecer, por favor, faça o que estiver ao seu alcance, mesmo que seja a mínima coisa, o mínimo gesto; faça pouco, mas faça; mesmo que seja uma ação sem identificação, mesmo que não ocorra retribuição; a árdua missão do faça a sua parte e que nem sempre é fácil de ser executada, assim como nem sempre é viável.

Até quando médicos de um país com excelência em saúde serão hostilizados por se disponibilizarem a atender pessoas para as quais nosso sistema de saúde está "indisponível"?

Até quando uma criança terá que passar a vida inteira no escuro?

Até quando ocorrerão ataques terríveis de toda e qualquer natureza a todo e qualquer tipo de habitante do planeta? (Seriam tantos links, de tantos jornais, blogs, periódicos, páginas do facebook.).

E por aí vai... Até quando?






quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Tente um sorriso.


Existe dor e delícia em sermos quem somos. Se você gosta de uma pessoa como ela é, com os defeitinhos e tudo mais, saiba que você a ama (e relembre que existem diversas formas de amar). Se você a ama, aceite-a, mas fique à vontade para ajudá-la a ser alguém melhor. Além disso, abra espaço para que ela também te ajude a evoluir.


Existem momentos na vida que fazemos de tudo pra tirar um sorriso do rosto de quem amamos.

Mas existem outros momentos que, apesar de desejarmos fazer o possível e o impossível pra conseguir tal sorriso, colocamos a razão em primeiro lugar e nos adequamos às necessidades da tal pessoa amada, mesmo sem saber quais são; mesmo desconhecendo muitos de seus pensamentos.

Acredito que esses momentos ocorram, geralmente, em alguma fase de nossas vidas na qual temos controle emocional suficiente. Portanto, se você estiver em um desses momentos, parabenize-se e saiba que, agir com a razão, por mais difícil que seja, muitas vezes é o melhor que você pode fazer. Muitas vezes é melhor do que tentar adivinhar o que se passa na cabeça dos outros ou então o que lhes aflige.

Para mim, uma advinha de mão cheia, as coisas são mais complicadas do que parecem: luto diariamente com a paixão por tentar acertar e ainda não consegui me tornar melhor amiga da razão, até por que gosto do sentimento e o acho importantíssimo, acho que é ele quem dá essência às pessoas.

Acontece um escorregão aqui, outro ali, devido ao uso do sentimento, e eu acabo me encontrando em lugares aos quais nem imaginava ir. Porém, evitar alguns escorregões e pensar antes de agir também é útil, me ajuda a ficar de pé por mim mesma.
Nos dias que evito o uso do sentimento e, consequentemente, os supostos escorregões, concluo a inviabilidade de deixar meu coração bater mais forte e a impossibilidade de meus olhos ficarem admirados com a beleza de um sorriso.

Em dias assim, não apenas ouça músicas, mas cante-as; não apenas tome um banho mais longo, mas use seu melhor sabonete; se alimente como se não houvesse amanhã e tente dormir na posição mais confortável. Feche os olhos. Amanhã será outro dia.
E se o amanhã for semelhante ao dia que passou, tente outra vez. Já diria Raul.

Aposto que um dia você consegue o tal sorriso. E ele vai ser a surpresa mais gostosa e gratificante do mundo.

"Queira. Basta ser sincero e desejar profundo. 
Você será capaz de sacudir o mundo. 
Tente outra vez, não desista."




segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Família, ê.

Família é foda.

Família é foda por que nunca consegue ser totalmente normal.

Família é foda por que nunca consegue te inserir no mundo real e te ver como se você fosse apenas mais um dos sete bilhões de habitantes.

Família é foda por que tudo o que é foda parece uma tempestade num copo d’água; por que tudo o que é foda te deixa na corda bamba; por que tudo o que é foda, deixa marcas importantes no coração.

Família é foda por que é a única coisa que vai te sobrar quando você realmente precisar; por que é o único abraço interminável e o único ouvido para confissões inconfessáveis; por que é a única mão suficientemente forte para te tirar dos buracos mais profundos.

Família é homem e mulher unidos por um amor indescritível.

Família é avó e avô - ou só avó, ou só avô - que podem te dar belíssimas lições de vida.

Família é irmão e irmã. De sangue ou só de coração. Daqueles que originam uma bela briga e mil belas risadas. Daqueles que descontam a raiva em você e em que você também desconta sua raiva. Daqueles que vão te dar raiva quando você os vir crescer.

Família é mãe e pai - ou mãe que é pai, ou pai que é mãe - os que te trouxeram até aqui e que, independente da idade, do nível intelectual e da sabedoria, serão sempre imaturos. Imaturos a ponto de querer cuidar de você como se você fosse um bebê; de fingir que esqueceram da última briga ou da última ausência; de fazer intriga antes de te abrir um sorriso. Imaturos a ponto de ter tanto ciúmes de você a ponto de criar barreiras 'anti-mundo', tentando evitar o inevitável e te proteger de coisas que você já está careca de saber.

Família nunca é um só. Família é sempre um conjunto. E na maioria das vezes é um conjunto desafinado, uma combinação de formas esquisitas. Família sempre vem com defeito.

Família é a distância necessária e a certeza de que, mesmo longe, vai continuar sendo sua família. Mãe longe, por exemplo, é mãe de qualquer jeito.

Família é um deve ser. Deve ser união, deve ser partilha, deve ser saudade. Deve ser conforto e, ao mesmo tempo, liberdade. Estar perto e saber manter distância. Família deve ser tanta coisa. Pode ser tanta coisa. Tanta coisa numa coisa só. E é. Ás vezes não parece. Mas é.

Família é foda.




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Cães

Eles expressam a sinceridade e resumem, perfeitamente, a fidelidade.
Eles incentivam o carinho e a paciência. 

Eles estão por toda parte. Te ensinam a ter calma na alma e no olhar. Te ensinam como pedir amor com jeitinho e como, apesar do frio, manter o coração aquecido.


Centro Cívico, Bariloche, julho.2013, 5ºC. | acervo pessoal



São Paulo, julho.2013, 11ºC. | acervo pessoal



Cerro Otto, Bariloche, julho.2013, 3ºC. | acervo pessoal



Os olhos são a janela para a alma.


domingo, 11 de agosto de 2013

Cabeça nas neves


Férias de julho, férias de blog. 
Para reaquecer os motores, registro minha semana fora do país, em família, e a delícia de viajar.




Estive na pequena Bariloche (Argentina), cidadezinha turística, que já viu dias melhores. 
Fiquei marcada pela excitação das crianças desde o primeiro voo da ida (foram dois) até o último da volta. 
Além disso, me marcaram os carros antigos - alguns até demais - que circulam pela cidade; a neve no topo das montanhas; a prática do snowboard e as dores no corpo decorrentes das quedas; o filé a milanesa; o chocolate quente; e a satisfação de minha mãe.

Os preços das coisas e o fato de ter que pagar até para respirar me deixaram um pouco incomodada, mas por aqui não é muito diferente... A ponta do nariz sempre congelada também não agradava muito, assim como o sol que não me ajudou a escurecer meio tom da minha pele.

Sete dias é um tempo bom. Não congelamos e aproveitamos tudo o que a cidade tem para oferecer: lojinhas  e mais lojinhas, canudos de doce de leite e, claro, neve.

Se for até Bariloche, aproveite: os chocolates, sorvetes e tudo o que estiver relacionado ao doce de leite argentino; os vinhos; o Cerro Catedral (bem legal para todas as idades!); o Cerro Otto e sua confeitaria giratória (linda e bem gostosa! Com um preço justo!); a Av. Mitre; as feirinhas de artesanato; as famílias de cachorrinhos São Bernardo; o Lago Nahuel Huapi e seu mirante; os cassinos; a paisagem. 

Não recomendo a viagem para crianças menores de uns 7/8 anos, ela exige paciência. Por outro lado, super recomendo Bariloche para casais de todas as idades, principalmente os apaixonados, não necessariamente para lua de mel.

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Foi assim, passando frio e encantada pelo lago Nahuel Huapi e pela neve no topo das montanhas, que eu me dei conta de quantas vezes consigo me entender e me aceitar; do quanto, quase sempre, me dou bem comigo mesma e da vontade, cada vez maior, de evoluir tanto fisicamente quanto mentalmente.

Não há necessidade de gastar dinheiro ou pegar um avião para que toda pessoa do mundo busque melhoras, evolução.
Nosso dia a dia bagunçado torna mais complicada a convivência com os outros e a compreensão de nós mesmos, de quem somos, do que queremos, e pelo que lutamos. 

Mas nada melhor do que ter foco, calma na alma, coração aberto e mente sã.

Tentar.
Sempre.

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(Leitura de julho: Antonio Callado, Esqueleto na Lagoa Verde. / Relato jornalístico, cheio de detalhes. / Indico para estudantes de jornalismo.)