Por Giulia Simcsik, Amanda dos Anjos e Vanessa Ramos.
Não existe sensação melhor do que deitar a cabeça no travesseiro e agradecer, mesmo sem saber bem para quem, por determinadas pessoas que passam pela sua vida e que, quando passam, deixam no ar o cheirinho da vitória, da felicidade e da garra ... Deixam história.
A noite deste sábado valeu mais do que qualquer balada.
Não foi passada sob um céu estrelado ou numa sala de cinema.
Não foi bagunça, não foi curtição e também não foi romance.
A noite deste sábado foi uma somatória de horas que passaram sem que eu percebesse; que adicionaram um pouquinho mais ao meu caráter e que, sem sombra de dúvidas, me ajudaram a ver a vida de um modo melhor.
Na noite deste sábado, uma quantidade imensurável de vida e de luz invadiu a sala de estar de um apartamento. E eu estava lá pra ver! Inquieta, pra cima e pra baixo, vi um sorriso que faz qualquer um querer ser alguém melhor, ouvi uma história que faz qualquer um querer amar, conheci uma alma que faz qualquer um querer viver ... Essa soma de vida e de luz é composição essencial de uma menina, de uma mulher, uma mulher linda. Essa soma, antes de ser soma, foi muita subtração e divisão. Essa soma é resultado de uma batalha. E parte dessa batalha foi, na noite deste sábado, colocada em vídeo.
Sessenta e dois minutos depoimento, que virão a tornar-se vinte. Pouco tempo pra tanta história, mas tempo o suficiente para abrir muitos olhos.
A guerreira? Paula Duprat, atualmente com 18 anos, iniciou sua luta contra a leucemia aos 13. O resto da história? Só quando estiver tudo pronto.
Muita gratidão ainda vai deitar no travesseiro comigo quando eu assistir novamente à gravação para editá-la, adicionando todos os outros detalhezinhos que ajudarão a retratar uma história incrível de esperança e de força de vontade.
Nada me parece bom o suficiente para demonstrar a sensação de estar na presença de uma pessoa como a Paula, mas a tentativa de agradecê-la por contar sua história me parece válida.
Parabéns por saber sorrir nos momentos mais difíceis, por ser mil vezes mais macho do que muito homem.
Parabéns por passar por cima de pedras tão grandes como se elas fossem pequenos grãozinhos de areia que, em após ultrapassar, você soprou pra bem longe.
Eu não consigo deixar de agradecer aos seus pais e à sua família por terem te criado dessa maneira. Não consigo deixar de agradecer ao Colégio São Luís e aos seus amigos (também aos 'amigos de hospital') pelo suporte, pela oportunidade que eles te deram de continuar lutando, pela possibilidade de se manter de pé, literalmente. Fica expressa minha admiração por todos aqueles que foram seus braços, suas pernas, seus cabelos e seu sorriso ao longo dessa batalha.
E fica registrada, com todas as letras em destaque, minha admiração por você. Por tudo isso que você é. Não só por ter passado pelo que você passou, mas por ter passado por tudo isso com a cabeça erguida, com esse sorriso lindo no rosto, de peito aberto para receber todo o carinho que muita gente estava e está disposta a te oferecer.
Fica registrado meu respeito e minha gratidão pela oportunidade que você me deu te ouvir uma história como essa.
Te peço encarecidamente, para que você não se esqueça da sua garra, da sua confiança, do seu otimismo. Nunca, independente do que aconteça, se esqueça do quanto é fundamental para você e para os outros te ver sorrir, te ouvir dizer sim, sempre.
Não se esqueça que você tem fé na vida.