quarta-feira, 5 de março de 2014

Special

Já faz um tempo, eu estava distante do ideal. Essa maré, essa distância, me levavam pra longe da intensidade do significado de pequenas coisas, mais especificamente, de pequenas palavras..

Já faz um tempo, eu não sabia mais o quanto era importante ser especial e precisei me esforçar muito pra desvendar, entre cores e traços, a intensidade desse adjetivo, inclusive talvez, por que o "especial" estivesse propositalmente escondido entre tons de vermelho, azul e amarelo.

Tal esforço, aplicado não só durante a descoberta do "especial", como também antes e depois dela, trouxe consigo uma tentativa de abnegação; a crença de que a solução do meu distanciamento com o ideal, exatamente por causa da concepção de um ideal até então mal sucedida, seria solucionada através da famosa "lei do desapego" e as seis letras que, unidas, formavam a palavra "especial" em inglês, artisticamente colocadas em um papel, foram parar numa prateleira do armário, junto com suas cores fortes.

Hoje, pela primeira vez, o "especial", ou melhor, "special", foi tirado do armário. E, pela primeira vez, a palavra não me pareceu nem um pouco escondida; tampouco sua intensidade e/ou sua importância.

Tudo pareceu perfeitamente no lugar. Claro. Nítido.

Hoje e há um pouco menos tempo, ser especial tem me aproximado do ideal. Minha maré passou a seguir o rumo certo e tornou aquele ideal, que me afastava do ideal, concebível. Abrir o armário e tirar de dentro dele o A3 colorido, me fez entender que ser especial só é claro e intenso quando queremos que seja. Essa nitidez vem do coração: é a pureza de um sentimento, que faz os olhos enxergarem com transparência; é a pureza e a sinceridade de um sentimento que direcionam os pensamentos para um único lugar quando, por exemplo, seis letrinhas são voltam à sua rotina no dia certo, com o carinho certo.

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