Já faz um tempo, eu não sabia mais o quanto era importante ser especial e precisei me esforçar muito pra desvendar, entre cores e traços, a intensidade desse adjetivo, inclusive talvez, por que o "especial" estivesse propositalmente escondido entre tons de vermelho, azul e amarelo.
Tal esforço, aplicado não só durante a descoberta do "especial", como também antes e depois dela, trouxe consigo uma tentativa de abnegação; a crença de que a solução do meu distanciamento com o ideal, exatamente por causa da concepção de um ideal até então mal sucedida, seria solucionada através da famosa "lei do desapego" e as seis letras que, unidas, formavam a palavra "especial" em inglês, artisticamente colocadas em um papel, foram parar numa prateleira do armário, junto com suas cores fortes.
Hoje, pela primeira vez, o "especial", ou melhor, "special", foi tirado do armário. E, pela primeira vez, a palavra não me pareceu nem um pouco escondida; tampouco sua intensidade e/ou sua importância.
Tudo pareceu perfeitamente no lugar. Claro. Nítido.
Hoje e há um pouco menos tempo, ser especial tem me aproximado do ideal. Minha maré passou a seguir o rumo certo e tornou aquele ideal, que me afastava do ideal, concebível. Abrir o armário e tirar de dentro dele o A3 colorido, me fez entender que ser especial só é claro e intenso quando queremos que seja. Essa nitidez vem do coração: é a pureza de um sentimento, que faz os olhos enxergarem com transparência; é a pureza e a sinceridade de um sentimento que direcionam os pensamentos para um único lugar quando, por exemplo, seis letrinhas são voltam à sua rotina no dia certo, com o carinho certo.
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