Declaro irritação àquela barrinha que pisca,
impacientemente, até iniciarmos ou darmos continuação ao que estamos
escrevendo.
A maldita barrinha está presente na página em branco do Word; na
notificação de status do Facebook ou do Twitter e nas caixinhas de
mensagens, algumas das quais eu abro e fecho logo em seguida, consequentemente
deixando de exercer a ação tão esperada pela barrinha (escrever).
Minha irritação não ocorre pela dança ansiosa da barrinha, até
por que essa é a função dela.
Por que então?
Respondo: em primeiro
lugar, não gosto do fato de olharmos mais para essa porcaria do que para os
olhos das pessoas, ou seja, nos comunicamos mais através de janelinhas e
páginas de documentos, do que pessoalmente. Em segundo lugar, não gosto de saber
que a barrinha pode fazer o sentido inverso (<)
e apagar o que eu já escrevi. Não nego que muitas vezes essa ação é necessária. Mas não seria legal se pudéssemos
digitar e divulgar o que realmente pensamos? Sem medir as palavras com tanta precisão?
Obviamente precisamos raciocinar antes de falar, mas já não fazemos isso quando abrimos nossas bocas, pelo menos os mais civilizados de nós?
Talvez também esteja irritada com a barrinha por que ela vem sendo
minha maior companhia ultimamente. Ela está no trabalho, está em casa, está no
celular. E quando eu não quero que ela me deixe apagar o que eu escrevi, acabo
sendo vencida pelo cansaço. A barrinha entra em ação, para o bem e para o mal.
Ela me incita a escrever tudo o que penso e a continuar escrevendo – até por
que ela não pára de piscar e piscar – em seguida, me permite apagar tudo o que
escrevi, me faz acreditar que ficar em silêncio não é problema, por mais que eu
queira muito falar. E eu quero.
Ponto pra barrinha !
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