quinta-feira, 4 de abril de 2013

Backspace


Declaro irritação àquela barrinha que pisca, impacientemente, até iniciarmos ou darmos continuação ao que estamos escrevendo. 

A maldita barrinha está presente na página em branco do Word; na notificação de status do Facebook ou do Twitter e nas caixinhas de mensagens, algumas das quais eu abro e fecho logo em seguida, consequentemente deixando de exercer a ação tão esperada pela barrinha (escrever).

Minha irritação não ocorre pela dança ansiosa da barrinha, até por que essa é a função dela. 
Por que então?
Respondo: em primeiro lugar, não gosto do fato de olharmos mais para essa porcaria do que para os olhos das pessoas, ou seja, nos comunicamos mais através de janelinhas e páginas de documentos, do que pessoalmente. Em segundo lugar, não gosto de saber que a barrinha pode fazer o sentido inverso (<) e apagar o que eu já escrevi. Não nego que muitas vezes essa ação é necessária. Mas não seria legal se pudéssemos digitar e divulgar o que realmente pensamos? Sem medir as palavras com tanta precisão? Obviamente precisamos raciocinar antes de falar, mas já não fazemos isso quando abrimos nossas bocas, pelo menos os mais civilizados de nós?

Talvez também esteja irritada com a barrinha por que ela vem sendo minha maior companhia ultimamente. Ela está no trabalho, está em casa, está no celular. E quando eu não quero que ela me deixe apagar o que eu escrevi, acabo sendo vencida pelo cansaço. A barrinha entra em ação, para o bem e para o mal. Ela me incita a escrever tudo o que penso e a continuar escrevendo – até por que ela não pára de piscar e piscar – em seguida, me permite apagar tudo o que escrevi, me faz acreditar que ficar em silêncio não é problema, por mais que eu queira muito falar. E eu quero.

Ponto pra barrinha !



Nenhum comentário:

Postar um comentário