Talvez a felicidade seja um quebra-cabeça de nível difícil,
feito por muitas peças. E talvez muitas dessas peças sejam bem semelhantes,
para que fique mais difícil ainda uni-las. Talvez também, apesar da
dificuldade, o resultado ao concluir o jogo seja lindo e gratificante, como um
dia nós sonhamos. Se a felicidade for, realmente, esse conjunto de peças, acredito
que tenha encontrado uma das minhas, essa noite, perdida por aí.
Vale lembrar que as peças podem ser simples
e podem parecer pequenas, talvez inúteis, para os que as veem de fora, mas
podem ser essenciais aos construtores do jogo.
Sai mais cedo do trabalho por não ter me sentido muito bem,
mas uma amiga muito querida quis me fazer companhia na volta e acabamos
jantando fora. Estava no caminho para casa, distraída, tentando contatar minha
avó pelo celular, como se nada fora dos meus planos estivesse para acontecer. Mas
acabei tirando alguns segundos, contra a minha vontade, quando, ao levantar a
cabeça, encontrei uma pecinha da felicidade. (E que felicidade!) Acabei tirando
alguns segundos para me esquecer de quem eu era e onde estava, para me sentir
emocionada e triste, ao mesmo tempo. Alguns segundos para sentir saudade sem,
se quer, precisar ver partir minha pecinha, apressada.
É muito legal a possibilidade de a peça fazer parte do meu
quebra-cabeça, de se encaixar nele perfeitamente, sem que eu tenha pressa de
completá-lo. Por outro lado, é uma pena ter que trabalhar apenas com
possibilidades.
Lindo texto, minha flor =)
ResponderExcluirBeijo do seu cabeçudo ruivo predileto. Adivinha quem é...?