Minhas singelas boas vidas a Francisco I. Que ele suporte
alguns anos de papado para que nós, jornalistas, não tenhamos que ficar horas e
horas olhando, via televisão, para uma chaminé. Não tão logo.
Nego expressar minha opinião pelo novo papa e tampouco pelo
papado como um todo. Apesar de católica, não sou fã nem de minha religião e nem
de nenhuma outra, pelo simples fato de acreditar que religiões deveriam gerar
paz e não guerras seculares. Portanto, nada a declarar sobre o argentino,
mesmo por que deveria me aprofundar mais em seus prós (como a sólida carreira
na Igreja Católica) e contras (como a suposta liderança em uma campanha contra
o casamento homossexual).
Voltando à chaminé ... São horas e horas olhando pra estrutura metálica e sem graça. Achei que o Conclave fosse durar mais tempo e que só teríamos pinceladas brancas no céu durante a
próxima semana. Errei. Quando a tarde de hoje começou e uma nuvem negra saiu da
chaminé, já estava no meu ambiente de trabalho. Reparei que todos se tranquilizaram pela indecisão dos senhorzinhos. Tranquilidade passageira. Não
demorou muito para que a situação se invertesse.
Vapt Vup.
Redação superlotada. Que sensação a de olhar para os lados e ver as
pessoas acumuladas, atentas aos televisores (muitos, transmitindo a mesma coisa,
no mesmo momento). Sensação baseada em uma crença inocente de que todos estão lá, lado a lado, pela
notícia. - Pois é: no meu mundo, mágico,
a informação vem em primeiro lugar. - Que delícia fazer parte da bagunça
organizada: luzes, câmera, ação! Que delícia fazer parte de uma evolução.
Editores, coordenadores, âncoras, apuradores, operadores e internautas se misturavam,
concentradíssimos, todos com aquele feeling de jornalista, aquela mania de
fazer mil coisas ao mesmo tempo, mas sempre achar espaço para uma nova tarefa.
Enquanto o mundo ouvia Habemus Papam, eu me esquecia de
ficar triste. Na tarde de hoje não tive tempo nem de chorar possíveis lágrimas.
Agradeço ao ocorrido.
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