quinta-feira, 28 de março de 2013

Olhar e ver.

Acho incrível o que os olhinhos atentos de uma criança têm para nos dizer...
Hoje peguei o metrô na Sé, lotado como todo serviço público paulistano em véspera de feriado, e, no meio da multidão, vi uma família, daquelas que raramente vemos hoje em dia, formada por um marido e sua mulher, acompanhados por seus dois filhos:uma menina lindinha e um menino travesso, mais novo que a menina.
Antes de entrarmos no vagão notei que o pequeno comemorava a chegada do metrô e me dei conta que também deveria estar feliz pela nave espacial gigante vindo em minha direção, afinal, é ela que me leva ao trabalho todos os dias...
Embarcamos e nos acomodamos como deu.
O menino sentou no colo da mãe, num daqueles bancos identificado com cor diferente, e seus olhinhos não conseguiam estacionar em um ponto fixo.
Curioso.
O apitou fez as portas se fecharem e o pequeno anunciou: andôôôu ! Minutos depois estávamos na estação seguinte e o freio do metrô fez o pequeno perceber: parôôôu...

Todos nós notamos o movimento do subway, mas quantos de nós, amassados na multidão, percebemos que ele anda de uma estação à outra, pára, respira, e segue seu rumo ?

Muitos reclamamos pela falta de linhas, pelo atraso, pelos milhões de pessoas ao nosso redor. Mas quantos de nós caem em si e notam que, se não fosse isso, demoraríamos mais para chegar ao destino?

Será que nos lembramos de comemorar por termos realizados as pequenas conquistas do dia a dia, assim como o pequeno comemorou por ter chego à estação que desejava?

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O exemplo poderia ser melhor, mas aquele tiquinho de gente me fez querer, hoje, que meus olhos fossem inocentes novamente. Me fez lembrar de comemorar bobagens e dividir pequenas alegrias. De que 'tudo vale a pena se a alma não é pequena'.

Curioso, não?

Um comentário:

  1. '...o meio da multidão, vi uma família, daquelas que raramente vemos hoje em dia, formada por um marido e sua mulher...' - Ao nosso redor há muito mais do que olhos olhos vêem. Há muito mais do que os outros possam taxar como correto. Há amor. Amor daquele que não se vê, amor daquele que ama sem ser notado... Sem ser lembrado. O amor verdadeiro nunca morre e Srta. sabe bem disso! Há quanto não tenta se esquecer de algo que não consegue, ou quantas vezes não tentou fazer daquele dia algo presente em seu cotidiano? Sim, muitas. Todos nós passamos por isso quase todos os dias (àqueles que já amaram de verdade). Se tudo vale a pena se a alma não é pequena, qual seria o fim? Onde aquela história finda?

    continuo aqui.
    Ricardo Reis

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